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Como tratar dos jovens para evitar mais ataques a escolas?

O ataque ocorrido na Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, no último dia 27 de março e que vitimou uma professora de 71 anos e feriu outras cinco pessoas, causou comoção nacional e trouxe de volta o debate sobre meios de prevenir estes ataques.

A psicóloga e especialista em medicina comportamental Carina Pirró, que inicia falando sobre o que possivelmente pode ter levado o jovem a cometer este crime:

"Geralmente é mais do que uma coisa, então a gente soma aí o histórico pregresso de todo tipo de abuso que esse jovem possa ter vivido, falta de suporte afetivo, bullying e inúmeros fatores já conhecidos de vulnerabilidade social e ambiental que podem favorecer esses desajustes emocionais e culminam em comportamentos dessa natureza"

Em seu depoimento, o adolescente que cometeu o atentado relatou que sentia tristeza há muitos anos e chegou até mesmo a se envolver em brigas recentes no ambiente escolar. Pirró ressalta que uma melhor observação comportamental por parte de pessoas próximas poderia ajudar na prevenção: "ele se inspirou em outros atentados, tendo feito buscas na internet para adquirir até uma arma de fogo. Só com esses dados a gente já pode pensar em inúmeras ações preventivas, como, por exemplo, quem controla o acesso dele a Internet? Quem observou que esse jovem estava triste?"

A psicóloga também recomenda atenção a mudanças de comportamento, irritabilidade frequente, dificuldade de socialização e tristeza: "mentiras frequentes, comportamentos de mal tratos a animais ou a pessoas, condutas desafiadoras a figuras de autoridade, como por exemplo, aos pais e professores, comportamentos impulsivos, violação de regras sociais ou outros comportamentos inadequados são sinalizadores importantes para que estejamos atentos".

Em relação ao ambiente escolar, a profissional ressalta que é importante que alunos e professores debatam o tema com finalidade construtiva, fazendo uso da ajuda de profissionais. “A justificativa para este adolescente que cometeu o atentado foi o bullying. Ele viu história de outros jovens que sofreram a mesma dor que ele, acabaram optando por este caminho. Será que se ele tivesse tido a oportunidade de participar de grupos, ele não teria conhecido outras formas de solucionar sua dor emocional?”

Por fim, Carolina Pirró aconselha: “A adolescência por si só já é uma fase de muitas emoções, bastante conturbada e nós temos hoje famílias atropeladas pelas rotinas do dia a dia, da casa, do trabalho e temos sim, perdido aquele olhar atento aos nossos jovens. Os pais podem, nas primeiras observações de mudança de comportamento, abrir espaço para o diálogo, conversar com seus filhos, perguntar se há algo que possam fazer para ajudá-los e manter um relacionamento próximo com a escola para pensar em estratégias juntos, bem como buscar ajuda de algum profissional especializado como psicólogo e psiquiatra, se sentirem que o suporte oferecido não esteja sendo o suficiente".

 

A Central de Notícias da Rádio ZONA SUL é uma iniciativa do Projeto. A Periferia apresenta a Semana de 22. Este projeto foi realizado com o apoio da 6ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.

Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.

 

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